Existem muitos processos diferentes para preparar os contentores de expedição que satisfazem as ordens de venda de um cliente ou de uma loja.
Provavelmente o mais comum é aquele onde um operador, com um contentor de expedição inicialmente vazio, visita os lugares de picking dos artigos de uma lista para retirar o stock que é preciso.
Obviamente, de acordo com a industria, a zona geográfica e o período histórico (anos 80, 90, ..) este mesmo processo tem nomes diferentes: picking por cliente ou loja, picking por documento, picking por stock (ou PBS) entre outros.
Outro processo bastante comum faz exactamente o contrario: prepara um layout de contentores de expedição vazios e é o contentor de stock que se movimenta deixando alguma quantidade onde necessário.
Aqui também temos vários nomes de baptismo: picking por artigo ou sku, picking em linha (ou PBL) entre outros.
Neste documento vamos enfrentar a configuração mínima necessária e explorar algumas das possibilidades que a parametrização permite.
Configuração
Os elementos necessários para conseguir um processo de execução por artigo são:
- um layout de espaços de distribuição que possa ser atribuído em modo fixo ou não aos estabelecimentos destinatários
- um fluxo e operações específicos
- a determinação do fluxo para os artigos que se pretende receber e expedir desta forma
Layout de distribuição
O layout de distribuição é fundamental e resolve dois problemas:
- onde deixar o stock que se quer executar
- em que ordem temos que nós movimentar entre um espaço e outro
De acordo com a realidade o layout pode ser uma estrutura com prateleiras onde por cada pedido/cliente/estabelecimento existe uma caixa ou uma linhas no chão onde são colocadas paletes.
No nosso exemplo vamos utilizar este ultimo mas o conceito em nada muda.
Criação do tipo de espaço
Queremos reservar uma zona de chão do armazém para preparar o layout de contentores de expedição vazios.
Em primeiro lugar vamos ver se existe uma estrutura de acordo com os nossos requisitos em nos tipos de estruturas:

No nosso caso já temos um tipo de estrutura “R4” que parece adequar-se ás nossas necessidades.

Do ponto de vista do nome, escolhemos colocar este tipo de espaço logo abaixo do tipo “Câmara” – que no nosso exemplo tem 3 dígitos – e atribuir 2 dígitos para poder distinguir um espaço do outro. Significa que – ao querer manter uma consistência semântica – temos até 100 espaços disponíveis.

Criação dos espaços
Os espaços podem ser criados um a um na acção que permite a gestão dos mesmos: Lista de Espaços (AD003).
Em alternativa, quando os espaços a gerar são muitos, é possível utilizar as definições de geração de espaços.
As vantagens de utilizar um gerador são múltiplas, por exemplo:
- torna-se mais fácil e rápido alterar as definições de muitos espaços
- reduz os erros que a criação manual de muitos registos normalmente traz
Vamos criar 20 espaços de distribuição na câmara identificada pelo código “02C”: para isto é precisa uma definição que indique o ponto de partida, quantos espaços criar e que coordenadas aumentar por cada espaço criado.
Atenção!
O motivo de utilização do espaço que vamos definir pode ser muito útil para distinguir operações ou reservar um layout para uma operação especifica. Por exemplo podemos ter uma utilização “Execução do fim de semana” ou “PBL cliente X” e a seguir determinar que só um cliente ou só as ondas de execução do domingo utilizem aqueles espaços.




Como explicados noutros manuais o funcionamento do layout assenta em 3 “colunas”:
- a definição do espaço
- a relação deste espaço com os outros
- as sequências que indicam como passar de um espaço para outro
As relações dos espaços que acabamos de criar podem ser definidas – mais uma vez – manualmente uma a uma ou, mais pratico, de forma automática:


Por fim as sequências: ainda que não seja obrigatório ter uma sequência distinta das outras que possam existir, no nosso exemplo decidimos separar completamente os cenários criando um tipo de sequência e uma sequência especificas.

Atenção!
Depois de criar as relações entre espaços é preciso “ativar” o nivel de gestão pretendido em “Níveis de Gestão por Espaços (AL100)”. Para isto só é preciso voltar a guardar as definições que existem e um trabalho de actualização é submetido.


Atenção!
Ao decidir separar completamente as sequências é necessário que TODOS os espaços que fazem parte do processo de execução sejam declarado na mesma. Por exemplo no caso de JIT clássico os cais, no caso de 2SD os espaços de picking onde são feitos os abaixamentos.
Atribuição de uma execução a um espaço
A realidade da operação pode ser mais rotineira (todos os dias mais ou menos os mesmos estabelecimentos destinatários) ou completamente aleatória (como o caso de clientes de uma empresa de e-commerce).
No primeiro caso podemos querer executar o mesmo estabelecimento sempre no mesmo lugar: mais adaptado ás quantidades que normalmente se executam, melhor posicionado em relação á expedição ou parte de um conjunto que representa um transporte.
Atribuição de um espaço especifico a um destinatário:

No segundo caso precisamos de uma “ligação temporária” entre pedido/destinatário e espaço que acaba no momento da expedição dos contentores preparados.
A primeira configuração a fazer, é a determinação do tipo de utilização para a procura da estação de distribuição. A definição no acesso ultrapassa a eventual definição que se pode fazer na operação:

Com o tipo de utilização encontrado na operação ou no acesso o sistema irá a procura de um espaço não atribuído de forma fixa e sem uma ligação temporária a outro destinatário.
Entre estas duas realidades existe ainda a possibilidade de ter uma situação mista: alguns destinatários com “lugar reservado” e outros que são executado na melhor posição disponível naquele momento.
Fluxo e operações
Como regra geral quando um documento é criado – seja de compra, venda, devolução ou outro – por cada artigo é determinado o fluxo.
A determinação é feita num acesso com diferentes combinações que permitem ao mesmo artigo de fazer parte de varios fluxos no mesmo momento.
Assim é possível ter, para os mesmos produtos, operações e stocks completamente distintos: contentores que fazem parte do fluxo “stock de Natal” não podem ser utilizados pelo fluxo “promoção dos Reis” e o mesmo acontece com os contentores dos fluxos “stock PBS” e “stock PBL” ainda que do mesmo artigo.
A importancia do fluxo é enorme:
- permite decidir como um artigo é recebido, executado e expedido
- distingue o stock físico
- determina unidades de trabalho
- selecciona partes de pedidos para ser processadas
- muito mais
Do fluxo fazem parte as operações e assim o sistema encontra as definições necessárias para operar, as mais importantes são:
- como receber
- como executar
- como expedir
Operação de recepção
Uma das aplicações mais comuns da execução por artigo é para operações de tipo JIT: o fornecedor entrega exactamente a quantidade necessária para a operação em curso, os contentores recebidos são distribuídos directamente do cais de recepção para o layout de execução.
Neste caso, dois elementos da configuração ganham importância:
- contentores no cais
- confirmação automática da arrumação

Com estes dois elementos activos o sistema aloca os contentores no cais onde foram recebidos e confirma a arrumação deixando-os assim disponíveis e no lugar: prontos para ser distribuídos.
É ainda possível configurar para que o sistema execute o processo de distribuição (fair-share) do stock de modo autónomo: para isto é preciso escolher “Distribuição na recepção física” no elemento “Processo Automático Recepção”.
Outra possibilidade são fluxos de tipo “2 step distribution” ou “PBL de stock”: nestes casos é possível que a operação de recepção normal já existente seja perfeita para os objectivos pretendidos.
Operação de Execução
Numa execução por artigo de tipo JIT o mais frequente é não existir ainda o stock no momento do processamento dos pedidos. Por isto é importante lembrar do elemento que indica ao sistema que não é necessário verificar o stock existente.
Outro elemento de configuração importante é a criação de um documento de distribuição: neste caso especifico será a lista utilizada para saber para quem, o que e quanto no momento da distribuição definitiva do stock recebido.

Entre os atributos de execução da operação é possivel ainda declarar:
- o tipo de sequência e sequência a utilizar
- a regra de rateio a sugerir
Se a operação não é de tipo JIT mas com stock já existente no armazém podemos ter uma configuração diferente:
- com verificação de stock e logo o documento de distribuição criado já se encontra no seu formato definitivo e a regra de rateio já não será uma sugestão mas aquela efectivamente utilizada
- com ou sem o abaixamento do contentores que estão no buffer para o “espaço de picking”


Se a operação não é um JIT clássico com mercadoria a ser executada directamente do cais, mas um 2SD que utiliza stock na reserva, é necessário indicar ao sistema em que espaço os operadores que fazem abaixamentos devem deixar os contentores e os colegas que executam os encontram.

É possível que o mesmo artigo tenha mais do que um fluxo: se prevemos que possa acontecer pode ser uma boa solução criar um motivo de atribuição especifico que permita distinguir os espaços declarados para os artigos.

Uma vez criado pode ser utilizado na operação de execução:

Operações de Armazém/Modifica (AL102)
Definição do fluxo
É preciso começar pela definição do fluxo:

Atenção!
Se a decisão foi de criar um novo motivo de atribuição este tem que ser aqui declarado.
Se queremos definir o tipo de suporte a utilizar em operações sem RF:

Existem elementos que são úteis para agrupar e distinguir operações; um deste é o grupo de fluxo:

Criado o fluxo é possível declarar quais são as operações que pretendemos utilizar:

Determinação do fluxo
Temos fluxo logístico que nós diz “como” e o layout para saber “onde”: o ultimo passo antes da operação poder começar é “o que” ou, por outras palavras, quais são os documentos/artigos que queremos incluir nesta operação.
O acesso para determinação do fluxo tem varias possibilidades:

Os acesso funcionam sempre em forma “descendente” e a procura para na primeira sequência onde se encontre uma definição.
Por exemplo é possível declarar que no armazém X, o artigo Y na unidade de medida CX tem o fluxo F1; mas se a unidade de medida não é CX passamos á definição seguinte onde o fluxo pode ser F2 ou, se não existem definições para o artigo, á definição ainda seguinte …
A determinação do fluxo tem que ser consistente entre documentos e operações porque, além de afectar o comportamento das operações, cria uma divisão do stock físico: um contentor que pertence ao fluxo F1 nunca pode ser utilizado para uma operação do fluxo F2.
Unidades de trabalho
É importante lembrar, se queremos utilizar a radio-frequencia, a determinação das unidades de trabalho para a recepção, abaixamento e execução.
Recepção
Pode ser um tipo de unidade de trabalho que já existe, como no nosso exemplo, e logo é suficiente para o documento de tipo 01 recepção:

Abaixamento
Os abaixamentos para reabastecer o espaço de onde os operadores retirar os contentores que é preciso executar são criados de forma a poder ser distintos dos abaixamentos normais.
Não é obrigatório criar uma unidade de trabalho especifica ainda que poderia ser útil para gerir a operação:

Execução
Ou uma nova unidade de trabalho que antes de ser determinada tem que ser definida:




E a seguir determinar para o documento de tipo 18:

Atenção!
Para que um novo tipo de unidade de trabalho seja atribuído a alguém é preciso que entre pelos menos numa actividade (AL108) e que a mesma esteja nas tarefas dos operadores (AL109) e nas actividades necessárias á equipa (AL086).
Operação logística
Recepção
Feita a parte administrativa no PC podemos receber via RF:








Execução
O processamento e a criação de reservas de expedição vão calcular os abaixamentos necessários, reservar o stock e criar dois tipo de unidade de trabalho:
- abaixamentos para reabastecer o lugar escolhido
- execuções por artigos
Sequência ecrãs execução:




